quarta-feira, 6 de maio de 2009

ESCRAVIDÃO NO PDS BRASÍLIA EM CASTELO DE SONHOS‏


O que era para ser alternativa econômica para Castelo de Sonhos, é na verdade um projeto de assentamento sem validade. Centenas de famílias estão à mercê da sorte em regime de escravidão por falta de apoio governamental desde outubro de 2003 pelo simples fato de estar faltando licenciamento ambiental e por intervenção do ministério público.É uma vergonha pública o que está se passando neste projeto de assentamento. O INCRA não demarcou lotes, dos 48 km de vicinais autorizadas para serem abertas apenas à metade foi concluída, a escola é um casebre de madeira, os sitiantes não têm água tratada e nunca saiu licitação para a construção das casas. Têm assentados que estão desesperados por que não conseguem escoar seus produtos. Alguns estão adoecendo por falta de apoio e aí está a pior situação: não existe atendimento médico de maneira alguma para quem reside naquela localidade. Uma senhora que está desde o início nos disse que já se consideram verdadeiros escravos do governo "um governo que diz não aceitar escravidão, então por que não dá apoio para quem está sob sua responsabilidade? Somos tratados pior que escravos. Somos escravos do poder que se diz democrático e transparente".

Nossa equipe de reportagem esteve com a presidente da associação que representa o projeto de assentamento Isabel de Oliveira. Isabel de Oliveira foi escolhida para representar o PDS junto aos órgãos competentes após a unificação das associações que havia dentro do projeto. Isabel nos disse que está preocupada quanto ao futuro do assentamento. Foi protocolado pelo INCRA ainda em 13/11/2008 sob nº. 008/508200 na secretaria de meio ambiente do estado para requerimento do licenciamento ambiental e o mesmo ainda se encontra engavetado naquele órgão. O licenciamento ambiental é passo importante para a finalização do assentamento. Outro entrave é a intervenção que o ministério público fez há mais de dois anos a até agora não se manifestou a respeito do caso. A presidente disse que quem está em cima da terra precisa de recursos para sobreviver. Em épocas de chuvas as estradas são intrafegáveis, as cestas básicas prometidas pelo FOME ZERO não chegam e o apoio para construção de casas e fomento da agricultura familiar só é autorizado com o licenciamento ambiental. Um desrespeito total por parte dos órgãos públicos do governo. Ninguém fica na terra sem apoio. Sem ajuda de custo para sobreviver e permanecer no campo as pessoas se obrigam a abandonar seus lotes e ir em busca de emprego na cidade, aí surge outra preocupação.


Com o engessamento da economia e a paralisação do setor madeireiro o caos está se instalando de vez, em Castelo de Sonhos. O que as pessoas irão fazer diante de uma situação dessas? Se pretendem cultivar lavouras através da agricultura familiar dentro de um assentamento não encontram apoio; quando vão pra cidade em busca de empregos, também não encontram. A situação é desesperadora.Isabel de Oliveira nos disse que sua preocupação é constante e que está fazendo de tudo para segurar os assentados em cima de seus lotes. Para isso está buscando parcerias paralelas com alguns órgãos do poder público. Exemplo disso é a aquisição de alguns kits de farinheiros e de uma máquina para beneficiar arroz que já se encontra instalada dentro do PDS. Além desses itens tem a promessa de doação de um trator com alguns implementos agrícolas para mecanização da terra que será destinado pela Secretaria de Agricultura do estado para a associação que dirige. "Nosso objectivo é dar sustentação para quem quer trabalhar,mas só nosso esforço não basta, precisamos de esforço conjunto e que os responsáveis pela reforma agrária no Brasil dêem agilidade nos processos. É um desrespeito com o nosso povo o que estão fazendo. Precisamos desse assentamento para o fortalecimento da economia local e a permanência das famílias na terra. Precisamos de muito apoio, a começar pela regularização do assentamento", concluiu Isabel.

Isabel de Oliveira é uma líder que está levando a sério seu trabalho como representante de uma classe que merece respeito e apoio. Depois de ter assumido, muita coisa mudou dentro do assentamento. Talvez a mudança mais importante foi o fato de não haver mais denuncias de vendas de lotes e de abuso de poder para benefício próprio. Existem várias denuncias comprovada de venda de lotes na gestão que antecedeu a atual . O exemplo deve começar dentro de casa para que sejamos vistos e lembrados por aqueles que têm nas mãos o poder de mudar pra melhor uma situação.

De: Douglas Araújo Para o Site Roteiro digital


Exclusiva

Um comentário:

  1. Olha, infelizmente a GLOBO não foi aos PDS´s e realmente algo precisa ser feito. Cadê o Bolinha do INCRA?
    Acho que é um estado calamidade nos PDS´s Brasilia, Terra Nossa e Nelson de Oliveira.
    Só em 2010 alguma coisa vai ser feita é ano politico o Zé o Paulo que recebeu muitos votos em Novo Progresso e o Faleiro não virão pedir votos com essa condição nos assentamentos,acho.

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