sábado, 7 de março de 2009

Denúncias de violência contra a mulher cresceram


O número de crimes contra a mulher que são denunciados na Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (Deam) de Belém cresceu 23,40% em 2008. Segundo balanço realizado pela delegacia, mais de seis mil crimes foram denunciados ano passado.


Em 2007, o número registrado foi menor: 5.149 denúncias. Para a delegada da Deam, Sandra Cunha, o aumento se deu principalmente porque as mulheres estão mais conscientes e decididas a mudar a sua situação de violência. “Elas estão tomando decisão e indo fazer a ocorrência, querendo dar um basta na situação”.No total, o número de atendimento atingiu 10.549 e 129 prisões foram efetuadas. Em 2007, 108 pessoas foram presas, enquadradas na Lei Maria da Penha, o que significa um crescimento de 19,44% de prisões no ano passado.


Segundo a delegada Sandra Cunha, depois da Lei Maria da Penha, 343 pessoas foram presas só na delegacia especializada de Belém. Ela informa que entre os principais motivos dos crimes está o alcoolismo e o ciúme. Segundo ela, nos meses de dezembro e julho os crimes aumentam, justamente por serem períodos de férias. “Dezembro e julho são os principais meses em que ocorrem os crimes. Sem contar com os finais de semana. Todos os domingos cerca de sete pessoas são apresentadas na Deam”. Para Cunha, os bares poderiam continuar fechando mais cedo, como aconteceu em uma determinada época em Belém.


“Quando os bares tinham horário para funcionar, o número de crimes reduziu consideravelmente, porque geralmente se comete o crime quando está alcoolizado”. Entre os crimes mais comuns estão o de lesão corporal, constrangimento ilegal, estupro e ameaça. . O número de ameaças registrados na Deam subiu de 894, em 2007, para 1.504, em 2008, o que significa um crescimento de 68,23%.


Os casos de estupro cresceram 29,69%. Em 2007 foram registrados 842 estupros, já no ano passado esse número subiu para 1.092. Sandra Cunha afirma que o perfil social de mulheres que denunciam é de classes mais baixas. “Isso não significa que as classes altas não tenham esse problema, mas o que ocorre é que essas mulheres buscam outros meios, já as de classes baixas só têm a delegacia para ajudá-las”. O Pará possui atualmente dez Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher. (Diário do Pará)


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