segunda-feira, 16 de março de 2009

CPI da Exploração Sexual escuta mais depoimentos.

João Antônio Flores Neto foi o primeiro a depor na CPI da Exploração Sexual (Foto: Tarso Sarraf)

Um ex-deputado, um ex-prefeito e um músico devem ser os próximos investigados pela CPI de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no Pará, da Assembleia Legislativa. Eles foram citados durante uma nova rodada de depoimentos, que iniciou na tarde desta segunda-feira(16), dez dias após a visita dos senadores da CPI da Pedofilia.





No primeiro dia de oitivas, quatro pessoas foram ouvidas, sendo dois acusados de crimes sexuais contra crianças.O primeiro a depor, por volta das 15 horas, foi o auditor fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado do Pará (Sefa), João Antônio Flores Neto. João já tinha um processo por violência sexual em 1997, contra uma menina de 14 anos. Ele disse que havia sido inocentado por falta de provas e que a vítima havia desmentido tudo. O segundo crime, que está sendo investigado pela comissão é datado de 19 de julho de 2006, quando João teria abusado de uma menor de 12 anos. Ele também é acusado de aliciar uma amiga da menina, também de doze anos. João disse que é acusado do crime simplesmente por vingança da mãe da criança, que faria parte de um esquema de emissão de notas fiscais avulsas para empresas, proibidas por lei, que teria gerado perdas para a fazenda pública de um montante de 126 milhões de reais.





O auditor acusou a mãe da menor, Lídia Calilo, seria também auditora fiscal e responsável pela emissão das notas falsas. O funcionário da extinta Sudam, Janary Guarany de Barros, foi o segundo a ser ouvido na nova rodada de oitivas da comissão. Assim como João, ele também alega que a acusação que sofre, de abusar da neta de doze anos, é motivada pela vingança da ex-nora e mãe da criança, que responsabiliza sua família pela separação do marido. “A mãe dela que odeia minha família e deve ter induzido a menina a falar isso”, justificou-se.





Ele disse que a menina estava sempre na casa dele para estudar e que gostava de estar lá.Mas o depoimento não convenceu os deputados, que mostraram que a menina realmente sofreu abuso sexual.Outro depoimento importante foi o da delegada Socorro Marques, ex-titular da Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA) e ex-diretora do Pró-Paz, na qual exerceu o cargo durante três anos. Para a delegada, falta conscientização da população sobre esse crime, que cresce assustadoramente no Estado.





“Existe uma cultura, principalmente em alguns municípios, que seria normal as crianças serem abusadas, dentro da própria família. Por isso, acho que não adianta só punir”, declarou. Números apresentados pela CPI mostram que o Pró-Paz, órgão do estado responsável por acolher casos de violência contra crianças e adolescentes, recebeu, nos últimos cinco anos, 4.500 denúncias, sendo uma média de 900 casos por ano. Desses 70% são causados por pessoas próximas das crianças.Três casos que ainda tramitam na justiça envolvem, segundo Socorro, o ex-deputado Cipriano Sabino, o ex-prefeito de Barcarena, Laurival Cunha e o músico Yuri Guedelha. “Quando estávamos no Pró-Paz, chegou até nós a denúncia do ex-deputado e do prefeito, em julho de 2005”, relatou Socorro.





“Em fevereiro de 2006, cuidamos do caso das irmãs mortas na Pratinha e quando voltei para o caso, tive que pedir licença médica do órgão, por problemas de saúde”. Ela disse que não pôde mais acompanhar o caso dos dois depois disso. Já o caso de Yuri, ela afirmou que pediu a prisão dele, mas que foi negado pela justiça após o advogado do mesmo ter entrado com um Habeas Corpus preventivo. Yuri é acusado de abusar da filha que tinha, na época, cinco anos de idade. “Ele entrou com o o Habeas Corpus e até hoje não depôs na justiça”, lembra a delegada. Em cima das denúncias, a comissão pode chamar os acusados para depor. “Só hoje fomos informados oficialmente sobre esses casos. Ela trouxe cópias para a comissão e vamos analisá-las. Possivelmente, depois disso, podemos convocar essas pessoas para ser ouvidas na comissão”, explicou Jordy.





O deputado confirmou que já sabiam do caso, mas não podiam atuar em cima de informações não-oficiais. A última a falar foi a a presidente do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (Comdac), Clévia Lobato. Ela apenas apresentou cópia de documento atestando a criação de uma comissão permanente para investigar o casodo conselheiro tutelar José Luis Pantoja, o “Zeca do Barreiro”, que teria abusado de uma menor de quinze anos e será ouvido na tarde de hoje da CPI, que deve iniciar às 14 horas, que terá ainda o depoimento do irmão da Governadora Ana Júlia, João Carepa e de outro acusao Ormando Collyer. Após a vinda da CPI da Pedofilia do Senado Federal a Belém há cerca de dez dias, a CPI iniciou hoje rodada de oitivas. Amanhã depõem o irmão da governadora Ana Júlia, João Carlos Carepa; três conselheiros tutelares; o contador Ormando Sampaio Collyer; e o conselheiro tutelar José Luiz Pantoja, o “Zeca do Barreiro”. Ele, João Antônio Flores, January Barros, João Carepa e Ormando Collyer respondem a processos judiciais sob acusação de crimes sexuais contra crianças e adolescentes. (Diário Online com informações Diário do Pará)

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