segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O bispo da Prelazia do Xingu que vendeu madeira ilegal recebe mais um prêmio


O bispo da Prelazia do Xingu, Dom Erwin Kräutler, recebeu na manhã de quinta-feira, 27, o prêmio Verde das Américas, na categoria direitos humanos. Dom Erwin Kräutler preside o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e é reconhecido mundialmente pela defesa da Amazônia e dos povos indígenas. Mas teve a sua reputação manchada ao se envolver em um esquema de venda de madeira ilegal que serviu para esquentar madeira retirada ilegalmente da floresta amazõnica. O esquema envolvendo o bispo foi denunciado por este portal este ano e teve grande repercussão. Reportagem sobre o assunto também foram publicadas no jornal O Liberal e em outros grandes jornais de circulação nacional. O bispo negou tudo e se disse enganado pela empresa que comprou a madeira doada pelo Ibama à prelazia. A madeira, no entanto, não existia de fato. O que houve foi a venda de papel para esquentar madeira ilegal. PRÊMIO - Após o escândalo. o bispo passou a se expor com menor frequência na mídia, mas continua recebendo premiações de organizações ambientalistas. O prêmio Verde das Américas foi entregue no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília, e, na ocasião, Marcos Terena, diretor do memorial, elogiou o trabalho de D. Erwin ao longo de todos esses anos em Altamira, no Pará. "Mesmo distantes acompanhamos a sua luta e as ameaças que vem sofrendo na defesa da Amazônia e dos povos indígenas", destacou.
Tito, pajé do povo Xavante, presenteou D. Erwin com uma borduna e um cordão e falou na sua língua originária "esse é o reconhecimento dos próprios indígenas ao nosso guerreiro. Esses presentes são pra que continue a luta a favor dos povos indígenas, porque somos povos sofridos". O pajé realizou ainda um ritual de proteção para "aumentar o espírito do guerreiro para que ele continue com a luta".
Na platéia, secretários, assessores e coordenadores dos diversos regionais do Cimi prestigiaram a entrega do prêmio recebido por Dom Erwin das mãos de todos os presentes, de forma simbólica. Também prestigiaram o evento o secretário de Cultura do Distrito Federal, José Silvestre Gorgulho, o Cônsul da Áustria, Rainhard Kogler, o representante da Nunciatura Apostólica, Monsenhor Marco Sprizzi, entre outros políticos, religiosos e representantes de organizações sociais.
AGRESÃO -Dom Erwin também se envolveu em outro episódio polêmico em maio deste ano, quando ajudou a organizar o Encontro XIngu Vivo para Sempre, em Altamira. No evento, indígenas agrediram com facões um diretor da Eletrobrás, que por pouco não foi assassinado. Segundo investigações da Polícia Federal, o CImi, presidido por Dom Erwin, ajudou a armar os índios para o evento.

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