sexta-feira, 20 de maio de 2011

Josino divide cela de 4 m² com mais dois detentos


Empresário recebe visitas, toma banho de sol e tem três refeições ao dia

O empresário Josino Guimarães, acusado de ser o mandante do assassinato do juiz Leopoldino do Amaral, preso no último dia 9, cumpre a pena em uma cela no Anexo da Penitenciária "Mata Grande" em Rondonópolis (210 km de Cuiabá), com mais dois detentos provisórios e sem regalias. Ele foi detido pela Polícia Federal, após determinação do juiz Paulo Sodré, da 7ª Vara Federal de Mato Grosso.

De acordo com o diretor em substituição legal da unidade, Gerson Pereira de Oliveira, o local possui 24 celas e abriga 346 presos. Acostumado a morar em mansões e freqüentar ambientes luxuosos, a realidade do empresário suspeito é bem adversa. Cada cela possui camas feitas em cimento, com metragem de aproximadamente de 3 a 4 m² e dispõe de um banheiro com ducha de água fria.

O empresário tem direito à visita todas às quartas-feiras e aos domingos. Ele recebe normalmente seus familiares, que levam alimentos, roupas de banho e de cama de cores claras, além de objetos de higiene pessoal. O horário é das 8h da manhã às 16h da tarde.

A alimentação dada a Josino é a mesma oferecida aos demais, a não ser nos dias de visita em que ele come alimentos trazidos por seus familiares. São três refeições ao dia: café da manhã, almoço e jantar. Como qualquer outro detento, o empresário tem uma hora de banho de sol por dia.

Ação Penal

O empresário responde ação penal pelo crime do homicídio qualificado, após ter sido acusado pelo MPF de ser o mandante do assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral. O magistrado foi encontrado morto em setembro de 1999, na cidade de Concepción, no Paraguai (a 210 km da fronteira com o Brasil).

Antes de ter sido encontrado morto, Leopoldino acusou o empresário de ser "lobista". O magistrado denunciou um suposto esquema de venda de sentença que teria se instalado no Poder Judiciário de Mato Grosso.

Neste caso, a Justiça decidiu que Josino deve ir a Júri Popular. No entanto, o julgamento ainda não aconteceu em função de o empresário ter recorrido da decisão.

Dois mandados de prisão

Um dos mandados que mantém Josino preso diz respeito à ação penal que responde por homicídio, já o outro está relacionado a um caso em que ele é acusado de integrar uma "farsa", para levantar dúvidas de que o juiz Leopoldino do Amaral estaria vivo e morando na Argentina.

Neste último, o empresário foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) pelos crimes de formação de quadrilha armada, denunciação caluniosa, falsidade ideológica, fraude processual, quebra de sigilo funcional e violação de sepultura.

A defesa recorreu das prisões e um dos pedidos foi negado pelo desembargador Ítalo Fioravanti Sabo Mendes, Tribunal Regional Federal da 1ª Região. ANTONIELLE COSTA
DA REDAÇÃO MIDIA NEWS

Nenhum comentário:

Postar um comentário