Conselho Nacional de Justiça fará inspeção nos cartórios do Pará
Por determinação do corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, terá início, próximo dia 16, a inspeção, por juízes e técnicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), de todos os cartórios de registro de imóveis existentes no Pará.
O objetivo é identificar irregularidades que levaram o Pará a possuir, nos registros públicos de terras e serviços notariais, cerca de quatro vezes o seu tamanho oficial, o que o coloca na incômoda posição de campeão nacional da grilagem de terras, conforme dados levantados pela Comissão Permanente de Monitoramento, Estudo e Assessoramento das Questões ligadas à Grilagem de Terras, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE).
Combate à grilagem
A medida foi formalizada através de portaria assinada pelo corregedor nacional no último dia 06 e atendeu requerimento de providências encaminhado pela Comissão de Combate à Grilagem, composta por diversos órgãos ligados à questão agrária como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Instituto de Terras do Pará (Iterpa); além dos Ministérios Públicos Estadual e Federal e a Advocacia Geral da União, dentre outros.
A ação, que terá início na Comarca de Altamira, no Oeste do Pará, é comemorada pelo superintendente regional do Incra no Pará, Elielson Silva, representante do órgão fundiário federal na Comissão de Combate à Grilagem e um dos signatários do pedido de providências encaminhado ao CNJ, através do qual também foi solicitado o cancelamento de nove mil registros correspondentes a cerca de 110 milhões de hectares de terras griladas no estado.
“Essa ação do CNJ ocorrerá em momento oportuno porque, juntamente com o programa Terra Legal, poderá representar o fim do caos que caracteriza a situação da malha fundiária paraense e que tanto tem atrapalhado as iniciativas federais e estaduais que visam promover a inclusão social do homem do campo e a justiça no meio rural do Pará”, afirmou Silva.
Segundo Silva, em 26 de março deste ano, o Conselho Nacional de Justiça - atendendo solicitação encaminhada pela superintendência do Incra no Pará - já havia determinado a realização de inspeção na Corregedoria das Comarcas do Interior, do Tribunal de Justiça do Estado do Pará.
Naquela ocasião, a justificativa do pedido foi a morosidade na resolução do caso do “fantasma” Carlos Medeiros, que deteria cerca de oito milhões de hectares no Pará, num dos casos mais emblemáticos da grilagem de terras no Brasil e que está desde 2004 à espera de decisão no TJE do Pará. (blogdoxarope)
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