sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Arco de Fogo chega em Santarém e já provoca demissões em massa.


Homens do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), da Polícia Federal e da Força Nacional de Segurança deram início em Santarém, no oeste do Pará, à Operação Arco de Fogo, fiscalizando inicialmente empresas do setor florestal. Mal começou, a operação já começa a gerar desemprego, a exemplo do que fez em outras cidades do Pará. Neste terça-feira, uma empresa florestal deu aviso prévio a 140 funcionários, depois de ser tomada por homens armados com metralhadoras. Empresas avaliam encerrar as atividades como forma de protestar contra o tratamento recebido dos agentes.


A Arco de Fogo é uma operação iniciada ano passado em Tailândia, no Pará, gerando revolta na sociedade por causa do fechamento de milhares de postos de trabalho. Depois de Tailândia, os municípios de Paragominas e Altamira receberam a operação, que deixou mais de 30 mil pessoas desempregadas por causa do fechamento de empresas do setor florestal e de outros setores. Em Altamira, por exemplo, até lavadores de carros e olarias foram fechadas por falta de licenças ambientais.


Em Santarém, as primeiras empresas a serem fiscalizadas serão a do setor florestal, mas segundo fontes , deve ser estendida a todos os segmentos da economia. O setor empresarial da cidade está preocupado com o fechamento de mais postos de trabalho, especialmente neste momento de crise. De janeiro a junho deste ano, foram fechados mais de 700 empregos em Santarém, por causa da crise econômica e da forte enchente que afetou a cidade. O temor é que novos postos de trabalho sejam fechados por causa dos desdobramentos da operação.


Nesta terça-feira, dezenas de homens e viaturas da Polícia Federal, da Força Nacional de Segurança e do Ibama chegaram às 8 horas da manhã em uma empresa florestal instalada há 28 anos na cidade. As viaturas estavam com as cirenes ligadas e os agentes fortemente armados, com pistolas e metralhadoras. A Associação das Indústrias Madeireiras de Santarém e Região Oeste do Pará (Asimas), informou que não é contra qualquer tipo de fiscalização, mas avalia que o uso de armamentos pesados pode coagir os funcionários e empresários, todos estabelecidos na cidade.


Segundo a entidade, as empresas já estão operando bem abaixo da capacidade produtiva, devido à não liberação de planos de manejo florestal. "O setor vive o pior momento da história, por causa da crise internacional e das dificuldades de licenciamento de madeira legalizada, por isso muitas empresas estão 100% paradas", divulgou a entidade, acrescentando que as fiscalizações são importantes, mas não há necessidade de uso de armamento pesado, como se houvesse uma operação de guerra.


Em Santarém, o clima é de temor em outros segmentos da economia, que temem uma recessão ainda pior. O medo é que a Operação Arco de Fogo repita procedimentos adotados em outros municípios, como prender primeiro para depois perguntar ou fechar indiscriminadamente estabelecimentos empresariais, como padarias.


Além disso, geralmente os agentes federais fazem grandes apreensões que geram notícias da mídia, mas depois as multas são contestadas e muito dos bens apreendidos acabam sendo devolvidos, mas as empresas ficam com o nome sujo perante a opinião pública. Em Altamira, por exemplo, um empresário chegou a ser preso duas vezes num mesmo dia e nem sequer foi indiciado.(ecoamazonia)

2 comentários:

  1. Amigo, "sirene" se escreve com "S" (4o parágrafo)...

    Afinal a floresta serve para nada mesmo e temos que utilizá-la para nosso bem! Fazer agricultura não dá futuro!

    Sim, sou contra a ação da Federal! É um absurdo, eles tinham também que parar de perseguir a classe política, deviam somente emitir passaportes e pegar ladrões comuns, que é o que polícia tem que fazer.

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  2. Brincadeira esta mídia tendenciosa que não aborda os fatos na profundidade que merece. O Pará está em amplo desmatamento e grande parte destas empresas são coniventes com os crimes ambientais e com o trabalho escrvao. Ninguém fala que o salário recebido pelos trabalhadores são uma miséria, enquanto os donos de madereiras e afins ficam desfilando de Pajero Full nas cidades. PF, pau neles.

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